Na mitologia grega, Argonautas eram tripulantes da nau Argo que, segundo a lenda grega, foi até à Cólquida(atual Geórgia) em busca do Velo de Ouro.
Ao todo eram cinquenta argonautas. Os que ficaram conhecidos na literatura eram:
Jasão
Acasto, primo de Jasão
Idmon, o adivinho
Castor e Pólux, os dióscuros
Calais semi-deus do vento
Zetes, irmão de Calais;
Anfião
Etalides
Argos, o Gigante Armador, que foi o construtor do navio e seu piloto;
Ascalafos, filho do deus Ares
Atalanta, mulher que tentou embarcar disfarçada de homem, mas foi descoberta por Jasão;
Autólico, um ladrão filho do deus Hermes
Laertes, pai de Ulisses;
Butes
Équion, filho de Hermes;
Eufemo, filho de Poseidon;
Euríalo;
Héracles ou Hércules
Iolau, sobrinho de Hércules;
Hilas, discícipulo de Hércules;
Poias, amigo de Hércules;
Filoctetes, filho de Poias;
Idas e Linceu, os gêmeos rivais de Castor e Pólux;
Oileu
Meléagro;
Orfeu, o poeta que desceu aos Infernos
Peleu, pai de Aquiles;
Télamon, irmão de Peleu;
Palemon, o reparador, filho de Hefesto capaz de consertar praticamente tudo;
Poriclimeno, filho de Poseidon, que tinha o poder de se metamorfosear em qualquer animal marinho;
Talau
Tífis, timoneiro que acabou morto durante a viagem;
Anceu, timoneiro que revezava enquanto Tífis dormia;
Ergino, timoneiro que revezava com Anceu e que substituíra Tífis, quando este morrera;
Anfiarau, adivinho célebre;
Admeto
Teseu, matou o minotauro.
Uma grande Aventura
Lemnos, Samotrácia e os doliones
Em sua primeira escala, aportaram na ilha de Lemnos, habitada somente por mulheres. É que Afrodite, insultada por estas que lhe negavam culto, castigou-as com um cheiro insuportável de forma que seus maridos partiam em busca das escravas da Trácia. Movidas pelo ódio e pelo despeito, assassinaram seus esposos instalando na ilha uma espécie de república feminina, situação que perdurou até a chegada dos argonautas, que então lhes deram filhos. Na ilha de Samotrácia, segunda escala do grupo se iniciaram nos Mistérios dos Cabiros com o intuito de obter proteção contra naufrágios. A seguir, penetrando no Helesponto, mar onde caiu e morreu a jovem Heles, ancoraram na península da Propôntida, no país dos doliones, povo governado pelo rei Cízico. Foram ali recebidos com festas e honrarias e já se fazia noite quando os argonautas partiram para Mísia. Porém, foram obrigados a retornar devido a uma grande tempestade que se abateu sobre eles. Os doliones não reconheceram os argonautas por causa da escuridão da noite e, pensando tratar-se de invasores, atacaram. Instalou-se uma sangrenta batalha que se estendeu por toda a noite. Com o amanhecer, os vitoriosos tripulantes de Argo verificaram o triste engano. Jazia entre os mortos, o rei Cízico, que foi enterrado por Jasão e seus companheiros com homenagens e magníficos funerais.
Mísia
Foi na Mísia que Héracles interrompeu sua viagem. É que Hilas, seu amigo predileto, tendo sido encarregado de buscar água numa fonte, foi capturado pelas Ninfas que o arrastaram para as profundezas dos rios. Héracles voltava do bosque onde tinha ido buscar madeira para refazer seu remo partido quando tomou conhecimento de seu desaparecimento através de Polifemo, que tinha ouvido seus gritos de socorro. Saíram então os dois em busca do amigo varando a floresta durante a noite. Pela manhã, Argo partiu com menos três tripulantes a bordo, pois os dois também não retornaram: Polifemo fundou posteriormente naquelas terras a cidade de Cio, onde se fez rei e Hércules seguiu seu rumo de aventuras.
Âmico, rei dos bébricios
Estranho hábito tinha o rei Âmico ao receber os visitantes que chegavam por suas terras. O rei dos bébricios, gigante filho de Posídon, os desafiava para a luta e em seguida os matava a socos. Lá chegando, os argonautas foram imediatamente provocados pelo rei que os instigava. Foi Pólux quem representou seus companheiros, aceitando o embate. Ao final da luta, venceu o gigante e como castigo fê-lo prometer que jamais importunaria novamente os estrangeiros que ali chegassem.
Trácia e Ciâneas
A expedição seguiu seu rumo e aportou na Trácia, onde reinava Fineu, o adivinho, que por suas crueldades tinha obtido a cegueira como castigo dos deuses. Vivia atormentado pelas Harpias, monstros alados que perseguiam-no e roubavam todo seu alimento e por isso ofereceu ajuda aos argonautas caso estes concordassem em livrá-lo de tão grande desgraça. Calais e Zetes, filhos alados do vento Norte, Bóreas, foram os responsáveis por tal façanha. Atraíram as Harpias com o odor delicioso de laudo banquete e depois, com suas espadas fatais cortando os ares, expulsaram dali definitivamente as perversas criaturas. Conforme o combinado, Fineu revelou aos argonautas a maneira de evitar o perigo das Rochas Flutuantes. As Ciâneas ou Rochedos Azuis, também chamadas de Sindrômades ou Simplégades, eram dois recifes que se fechavam violentamente, esmagando qualquer coisa que entre eles se interpusesse. Disse-lhes que antes de por ali se aventurar, enviassem uma pomba. Se esta lograsse atravessar os rochedos, este seria o sinal de sucesso também para os marinheiros. O pássaro conseguiu atravessar as Simplégades, muito embora, ao se fecharem, as Ciâneas cortaram as pontas de suas penas maiores. Igual sorte teve Argo, que conseguiu ultrapassar o obstáculo com apenas uma leve avaria na popa. Ao passarem pelas terras dos mariandinos, os argonautas sofreram ainda duas perdas: Tifis, o piloto e Ídmon, o adivinho, morto por um javali durante uma caçada.
Chegada à Cólquida
Chegaram enfim à Cólquida, reino de Eetes, onde cabia a Jasão a tarefa mais árdua: capturar o Velocino de Ouro. Medéia, filha do rei e conhecida por suas habilidades na arte da feitiçaria, apaixonou-se perdidamente pelo chefe da expedição e por isso, não mediu esforços para auxiliá-lo nas árduas tarefas que o rei impôs como condição para entregar-lhe o talismã.
Jasão tirou proveito dos feitiços e encantamentos da feiticeira e sem esforço partiu da Cólquida levando consigo o Velo de Ouro. Os argonautas ainda passaram por alguns percalços mas enfim chegaram a seu destino final onde entregaram a Pélias o Velocino. Jasão partiu para Corinto, onde consagrou a embarcação ao deus Posídon.
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